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ÍNDICE

 

I PARTE - Literatura


Pausa “Mário Quintana”
Literatura e realidade
Os níveis de leitura
O texto e o leitor
As expectativas do leitor
Leitura x Produção de textos


II PARTE - Produção de texto I
Critérios de seleção
Narração e Descrição
Narrador
Descrição de Ambiente/Personagens
Construção da personagem
O conflito da personagem
Discurso direto e indireto
Verbos de elocução
Pontuação do discurso direto
Omissão dos verbos de elocução
Sequência cronológica e psicológica

Como criar suspense

Discurso indireto livre

Teatro

Monólogo

Diário

III PARTE - Produção de texto II

 

Notícia jornalística

Reportagem

Anúncio publicitário

Dissertação

Estrutura do parágrafo

Linguagem concreta e abstrata

Desenvolvimento da dissertação

Editorial

Crônica

Poesia

Resumo

Conto

ROTEIRO DE ATIVIDADES I

ROTEIRO DE ATIVIDADES II

Roteiro básico para a correção do seu texto

Nova reforma ortográfica

Bibliografia

Sugestões de leitura

CONTEXTO

Um pretexto para um texto

 

 

INTRODUÇÃO    

 

 

“Escrever não é amontoar palavras que dizem respeito a este ou àquele assunto. As palavras não são mudas! Elas dizem os nossos sonhos, as nossas emoções, os nosso sentimentos... todavia, elas esperam de nós um toque mágico para que sejam acordadas e saiam de seu silêncio. Palavras acordadas são como as cantigas: quando dizem, chegam a emocionar aqueles que as escutam

 

                                                   Euvânia Machado de Oliveira Rolindo /1995

 

    O texto tem que ser gestado, vivenciado e contestado. Só depois dessa metamorfose é que ele se torna uma estrutura significante, possibilitando um diálogo provocativo com o leitor criativo. Deixa de ser uma simples informação para se tornar o nosso pensar e o nosso sentir. Nesse momento as barreiras são quebradas e o texto flui como um parto natural. Com dor. Mas fruto das nossas entranhas e como tal podemos educá-lo, moldá-lo de acordo com o destino que queremos dar a ele.Foco narrativo

 

                                                        Dalton Marçal da Cruz  Agosto /2011

 

 

 

DEDICATÓRIA

 

    Este site é dedicado à minha primeira professora (Maria de Lourdes Oliveira), no Colégio Estadual Helena Guerra.  onde fiz o meu primário, Foi ela quem plantou em mim a sementinha do suspense. Fazendo com que eu cultivasse a curiosidade por ouvir histórias, seguir enredos e acompanhar as peripécias das personagens. Sem dúvida, foi ela que me iniciou na arte da leitura. Ao professor de "Religião" Ethevaldo (Colégio Municipal do Bairro Inconfidentes) - onde eu fiz o antigo colegial (5ª a 8ª séries) que, com um simples elogio despertou em mim o prazer pela leitura, música e poesia;
    Ào professor Chico de "Português" do Cursinho "Pré-vestibular MASTER", que me abriu os olhos para a necessidade de sempre divisar o nosso trabalho dentro de um determinado contexto histórico/social - é dele o bordão que usava sempre quando entrava na sala de aula "português é contexto"!..."português é contexto"!... Que me inspirou a dar nome ao este meu primeiro livro "Contexto um pretexto para um texto"
  
 E também à  todos os meus alunos, ex-alunos e qualquer pessoa de qualquer idade, sexo ou religião que tenham qualquer tipo de interesse em desenvolver um processo de discussão, valorização e socialização do ensino da língua Portuguesa e suas literaturas, em nossas escolas de ensino fundamental, médio, EJA e os interessados em fazer o ENEM.  Esperando que este meu esforço, que está apenas começando seja útil no desenvolvimento de suas potencialidades.

Gênese

Primeiro criou-se os céus e a terra,
a água , a luz e o firmamento.
A relva, as ervas, 
as sementes e os frutos...

O Sol, a Lua e as Estrelas.
Nasceu  o dia e a noite,
irmãos que nunca se encontraram.

Povoou-se os mares, os ares  e a terra 
de todos os seres viventes, 
segundo as suas espécies.

Fez- se o homem e a mulher.
A árvore da vida 
e a árvore do bem e do mal.
Nasceu o primeiro fruto
e o livre-arbítrio.

E por fim...  a poesia
que o homem chamou de sua, 
até vê-la na janela do outro lado da rua,
nas flores, pássaros 
ou em quase tudo que via.

 

                                                               APRESENTAÇÃO

O Português aterroriza a maior parte dos alunos na hora de fazer uma prova qualquer de seleção. A afirmativa mais comum é: “Estou fraco em português”. Não era para ser. Essa é uma das disciplinas que tem o maior número de aulas por semana. Quando me pedem ajuda eu respondo que basta ler bastante e desenvolver o hábito de escrever um pouco, todo dia. Dito isso, torcem o nariz e respondem que o problema é este: não leem e não escrevem nada.


Eu digo que a solução é  muito simples. O que é exigido há algum tempo nos concursos e vestibulares? Conhecimento geral e capacidade para se expressar por escrito a respeito desse conhecimento.


Vejamos:

As informações nos chegam (de graça - em tempo real) durante 24 h enviadas pelas emissoras de televisão, rádio e pelos jornais. Nós  não escolhemos o que ouvir na rua, no trabalho ou em casa. Mas essas informações servirão para definirmos dentre elas a que vamos conhecer com mais detalhes. No caminho de casa para o trabalho, podemos ler (nas bancas) todas as manchetes importantes, sem pagar nada. À noite, pela televisão, podemos ver com mais detalhes. ( É bom ver a mesma informação em duas ou três emissoras diferentes para checar se têm diferenças de opinião). Não precisamos ser especialistas em nada. Para entendermos o que está acontecendo no nosso dia-a-dia é muito importante saber as últimas notícias da Política, Economia, Educação, Ciências, Esportes e Meio Ambiente.


E daí? O que vou fazer com tantas informações? Você já ouviu falar de uma tal de globalização?  Não?! Tudo bem!  Consiste num processo típico da segunda metade do séc. XX que conduz a uma crescente integração das economias e das sociedades dos vários países, especificamente no que toca à produção de mercadorias e serviços, aos mercados financeiros,  e à difusão de informações. Na prática, isso quer dizer o quê?... Se por um lado nós usufruímos de uma maior circulação de produtos e serviços e, consequentemente, uma diminuição dos preços, em função de uma maior concorrência, por outro lado ficamos à mercê de turbulências externas que afetarão o nosso país também em tempo real. Daí a importância de estarmos “antenados”, como dizem vocês.


Somos bombardeados insistentemente por inúmeras informações e nem sempre conseguimos retê-las e muito menos processá-las para serem usadas em nosso benefício e para o bem da comunidade.


Vou retomar a expressão usada pelos jovens que se veem, de repente, necessitados da tal  “REDAÇÃO”.  “Não leio e nem escrevo nada”. Ora! Para quem vai fazer um concurso qualquer daqui a um mês, nada se pode fazer (a não ser pedir ajuda divina). Mas para quem está iniciando o ensino Médio e deseja se preparar para o vestibular ou ENEM, ainda há tempo.


O que fazer com tantas informações? A  princípio uma seleção de temas que poderão intervir, no nosso cotidiano, como o aumento das commodities, produto primário, especialmente os de grande participação no comércio internacional, como café, algodão, minério de ferro, aço, petróleo, açúcar, soja, carne, etc.. Em seguida uma seleção de interesse pessoal: pode ser Política, Economia, Educação, Ciências, Esportes, Meio Ambiente, etc. Depois de ouvir duas ou mais versões e trocar idéias a respeito, vamos ao que interessa - redigir as nossas conclusões. Podemos expressar as nossas idéias trocando cartas com um amigo, escrevendo uma reportagem ou uma crônica para o jornal da escola e até mesmo registrar em um caderno, diariamente, uma crônica a respeito do assunto que mais chamou a nossa atenção.


A partir da página 56 nós vamos encontrar algumas definições e exemplos de como trabalhar em um diário, uma reportagem, uma dissertação, um editorial  de um jornal e uma crônica. As dificuldades  serão muitas. Aconselho a releitura dos exemplos do livro, sempre que surgirem dúvidas. Procurem na biblioteca da escola textos de outros autores, uma boa gramática e um bom dicionário. (Indico a Novíssima Gramática Ilustrada, organizada pelo professor da Universidade de São Paulo, Luiz Antonio Sacconi, ela é a primeira obra lançada em total conformidade com a reforma ortográfica.)Também indico o Dicionário  do  mestre  Aurélio.

                            I PARTE - Literatura__________________________

                        “A arte que utiliza a palavra como matéria prima”

Pausa


    Quando pouso os óculos sobre a mesa para uma pausa na leitura de coisas feitas, ou na feitura de minhas próprias coisas, surpreendo-me a indagar com que se parecem os óculos sobre a mesa. 
    Com algum inseto de grandes olhos e negras e longas pernas ou antenas? 
    Com algum ciclista tombado?
    Não, nada disso me contenta ainda. Com que se parecem mesmo?
    E sinto que, enquanto eu não puder captar a sua implícita imagem-poema, a inquietação perdurará. 
   E, enquanto o meu Sancho Pança, cheio de si e de senso comum, declara ao meu Dom Quixote que uns óculos escuros sobre a mesa, além de parecerem apenas uns óculos sobre a mesa, são, de fato, um par de óculos sobre a mesa, fico a pensar qual dos dois- Dom Quixote ou Sancho?- vive uma vida mais intensa e portanto mais verdadeira...
    E paira no ar o eterno mistério dessa necessidade da recriação das coisas em imagens para terem mais vida, e da vida em poesia, para ser mais vivida.
    Esse enigma, eu o passo a ti, pobre leitor.
    E agora?
    Por enquanto, ante a atual insolubilidade da coisa, só me resta citar o terrível dilema de Stechetti:
    ¨Io sonno um poeta o sonno um imbecile?¨
    Alternativa, aliás, extensiva ao leitor de poesia...
    A verdade é que a minha atroz função não é resolver e sim propor enigmas, fazer o leitor pensar e não pensar por ele.
    E daí?
    _Mas o melhor - pondera-me, com a sua voz pausada, o meu Sancho Pança-, o melhor é repor depressa os óculos no nariz.

                                                                                                                                        Mário Quintana, A vaca e o hipogrifo

Mário Quintana (1906-1994)
Poeta sul-rio-grandense. Buscando sempre uma poesia simples e despojada, publica mais de uma dezena de livros, entre os quais destacam-se: A rua dos cata-ventos (1940),Espelho mágico (1948), o Aprendiz de feiticeiro (1950), Caderno H (1977) e Esconderijos de tempo (1980).

Dom Quixote e Sancho Pança – Personagens da novela Dom Quixote, de Miquel de Cervantes, escritor espanhol do século XVI. As duas personagens representam os dois lados da alma e do comportamento de todo ser humano: Dom Quixote é símbolo do idealismo, do sonho, da imaginação, do espírito de aventura..., Sancho Pança, do realismo, do espírito prático, dos interesses imediatos...
                   Stechetti – pseudônimo do escritor italiano Olindo Guerrini (1845-1916)


Io sonno um poeta o sonno um imbecile?¨ - Eu sou um poeta ou um imbecil?


                                                    Literatura e realidade________________________________


A obra literária, utilizando a palavra, recria a realidade, a vida. Essa definição focaliza dois aspectos opostos, mas complementares, da arte liberaria: criação e representação. 


Por outro lado ela é invenção, o autor cria uma realidade imaginária, fictícia. Mas o universo da ficção mantém relações vivas com o mundo real. Nesse sentido, a literatura é imitação da realidade.


Frequentemente os autores utilizam fatos de sua vida como matéria de literatura. São as chamadas obras confessionais. Mesmo nesses casos, não devemos entender os textos como simples biografias. Os fatos pessoais são apenas parte da matéria literária, o ponto de partida. Entre o que o autor viveu ou sentiu e a obra existem todas as mediações da invenção, imaginação. Existe, sobretudo, o trabalho criativo com a palavra, que pode ser em prosa ou em verso.


Ficção – ato ou efeito de fingir, simulação, fingimento, coisa imaginária, fantasia, invenção


Prosa – discurso que reproduz a maneira natural de falar sem métrica, ao contrário do verso.

Verso – unidade rítmica e melódica do poema. Graficamente, é cada uma das linhas do poema. Costuma-se dizer que, enquanto o verso é o ordenador  rítmico do poema, o parágrafo é o ordenador lógico da prosa.


O verso, unidade rítmica e melódica do poema pode ser: 

       

•Metrificado: quando o poeta estabelece uma medida em número de sílabas,


•Livre: quando a medida é totalmente arbitrária. Os verso também podem ser:

 

•Regulares: quando o poeta determina um certo ritmo com sílabas tônicas e rimas a intervalos iguais;


•Brancos: quando não apresentam rimas.

                                                Os níveis da leitura_______________________


                                                         Balada de amor através das idades
                                                                                            Carlos Drummond de Andrade

Eu te gosto, você me gosta
desde tempos imemoriais.
Eu era grego, você troiana,
troiana mas não Helena.
Saí do cavalo de pau
para matar meu irmão.
Matei, brigamos, morremos.

Virei soldado romano,
perseguidor de cristãos.
Na porta da catacumba
encontrei-te novamente.
Mas quando vi você nua
caída na areia do circo
e o  leão que vinha vindo,
dei um pulo desesperado

Depois fui pirata mouro,
flagelo da Tripolândia.
Toquei fogo na fragata
onde você se escondia
da fúria do meu bergantim.
Mas quando ia te pegar
e te fazer minha escrava,
você fez o sinal-da-cruz
e rasgou o peito no punhal...
Me suicidei também.

Depois (tempos mais amenos)
fui cortesão de Versailles,
espirituoso e devasso.
Você cismou de ser freira...
Pulei muro de convento
mas complicações políticas
nos levaram à guilhotina.

Hoje sou moço moderno,
remo, pulo, danço, boxo,
tenho dinheiro no banco.
Você é uma loura notável,
boxa, dança, pula, rema.
Seu pai é que não faz gosto.
Mas depois de mil peripécias,
eu, herói da Paramount,
te abraço, beijo e casamos.

 

                                                                                                                                   Poesia e prosa. Rio de Janeiro,

                                                                                                                                                        Nova Aguiar, 1988

 

Há diferentes níveis de leitura de um texto literário. Esquematizando, diremos que são basicamente dois:


A leitura superficial, horizontal: que se limita à compreensão dos elementos mais imediatos e concretos do texto. Por meio dela o leitor apreende o significado literal ou aquilo que o texto diz. Por exemplo: o namorado foi pirata mouro da Tripolitânia, no século XVIII, e sua amada, sendo cristã, suicidou-se para que ele não a raptasse. Isso é o que o texto efetivamente diz. Sem o domínio desse primeiro nível de significação, o leitor não pode passar para um segundo nível.


A leitura em profundidade, ou leitura vertical: requer a interpretação dos elementos de significação literal. O leitor busca aquilo que o texto quer dizer. Nesse nível o texto se revela plurissignificativo: o namorado, homem do século XX, identificando-se com as personagens dos filmes a que assiste, imagina ser o herói dessas aventuras. Podemos também, entender que o poema não fala de um caso particular de amor, mas do amor em geral, de todas as épocas, podemos ainda avançar nossa interpretação e inferir que a balada ironiza as relações amorosas de hoje, opondo à visão que temos do amor de outras épocas, heroico, cheio de aventuras e trágico, o amor prosaico dos tempos da igualdade entre os sexos.

          

Essas interpretações e outras mais que venhamos  a fazer ao poema de Drummond não se excluem. Todas elas preenchem as possibilidades significativas do texto.  

 
                                                               
O texto e o leitor____________________________


Na crônica de Mário Quintana, lemos a seguinte afirmação do autor:


"A verdade é que minha atroz função não é resolver e sim propor enigmas, fazer o leitor pensar e não pensar por ele".


Quintana não sugere que toda obra deva ser um complicado enigma e cada leitura, uma penosa decifração. Sua frase apenas caracteriza a obra literária como uma provocação. Isso nos faz pensar sobre o papel desempenhado pelo leitor em sua relação com o texto.


A obra literária constitui uma estrutura significante. Os seus significados só se concretizam no momento da leitura.


O leitor, por sua vez, não é um elemento passivo, nem apenas recebe ¨coisas¨. A ele compete tornar vivos os significados que existem potencialmente na obra.


A leitura, portanto, também consiste em um ato criativo.

                                         As expectativas do leitor______________________

 

No momento da leitura, o leitor criativo põe em movimento todas as suas capacidades intelectuais e afetivas: inteligência, cultura, informações, domínio da língua, experiência de vida e, sobretudo, sensibilidade. O conjunto de suas experiências culturais e o conhecimento das convenções literárias geram expectativas e previsões de toda ordem em relação ao texto.

 

O prazer da leitura pode advir tanto da confirmação dessas previsões quanto das surpresas provocadas pelos elementos imprevistos. O poema de Drummond, por exemplo, difere das histórias de amor convencionais, surpreendendo o leitor e contrariando suas expectativas: depois de cada final trágico, a história, absurdamente, sempre recomeça. Esse repetido ressurgimento das personagens através de diversas épocas históricas contraria não só a ordem natural das coisas como as experiências do leitor com narrativas. O estranhamento provocado por esse absurdo tem consequências: a declaração de amor da abertura - ¨Eu te gosto, você me gosta¨- deixa de ser apenas um chavão da linguagem amorosa para assumir um valor de verdade universal; a expressão ¨desde tempos imemoriais¨, além de revelar o exagero do namorado apaixonado, ganha concretude nas aventuras que se sucedem "através das idades". E, no final do poema, o leitor é levado a reorganizar todas as suas impressões: serão as aventuras amorosas fantasias do namorado moderno que, ironicamente, recorre a elas para dar um colorido mais interessante às facilitadas relações amorosas de nosso tempo?

                                             Leitura X Produção de texto_________________

Ao produzir seus textos, os alunos revelam o sistema de referência em que interpretam suas experiências. Pode-se conhecer muito do universo de valores de um aluno lendo suas produções. As experiências de vida, sua visão de mundo, devem ser discutidas na sala de aula, para buscar novas informações. Assim ocorrerá a troca de experiências, o que poderá enriquecer muito “o que se tem a dizer”.  

 
É necessário um trabalho sistemático com a leitura e produção de texto. São duas faces da mesma moeda. Enquanto a primeira resume, a segunda amplia. É tudo o que fazemos no nosso dia-a-dia: ao ouvir, ler ou presenciar uma cena qualquer, demonstramos o nosso entendimento sintetizando o fato em si. O contrário acontece quando temos algumas ideias e resolvemos registrá-las no papel em detalhes, partimos do sintético (ideia) para o amplo (texto).


Os dois, leitura e produção de textos, têm o mesmo peso e devem ser trabalhados como uma moeda valiosa. Sem o domínio dessas duas habilidades, o aluno terá sérias dificuldades  na sua vida acadêmica e profissional. São elas que propiciam uma releitura e uma reescrita de nossa realidade.

                           II PARTE - Produção de texto I

“Produção de textos é o ponto de partida de todo processo de ensino-aprendizagem da língua, pois, no texto, a língua se revela em sua totalidade.” 

                                                                                                                                                        (Geraldi, 1993)
    
É fundamental que  percebamos  que a reflexão sobre os fatos linguísticos pode nos auxiliar o escrever melhor e mais adequadamente. 
Não se pode pensar que a simples memorização da gramática normativa, seus conceito e 

regras são suficientes para  exercermos a função com um pouco mais de eficiência.

Critérios de seleção

Um texto apresenta-nos a realidade filtrada pelo autor.

                                                    Autor                     REALIDADE                    Texto

                                   

Ao ler um texto, nós temos a impressão, muitas vezes, de que aconteceram somente os fatos apresentados.

Na verdade, entre inúmeros fatos e aspectos que compõem uma realidade, o autor seleciona alguns.

REALIDADE            Seleção do autor             Texto

O que devemos lembrar é que um texto tem por objetivo transmitir ao leitor uma mensagem.

Em função dessa  mensagem básica, o autor seleciona:

ações

falas

características

                                                                                DA  PERSONAGEM

sentimentos

estados

pensamentos

CONTEXTO

Um pretexto para um texto

 

 

INTRODUÇÃO    

 

 

“Escrever não é amontoar palavras que dizem respeito a este ou àquele assunto. As palavras não são mudas! Elas dizem os nossos sonhos, as nossas emoções, os nosso sentimentos... todavia, elas esperam de nós um toque mágico para que sejam acordadas e saiam de seu silêncio. Palavras acordadas são como as cantigas: quando dizem, chegam a emocionar aqueles que as escutam

 

                                                   Euvânia Machado de Oliveira Rolindo /1995

 

    O texto tem que ser gestado, vivenciado e contestado. Só depois dessa metamorfose é que ele se torna uma estrutura significante, possibilitando um diálogo provocativo com o leitor criativo. Deixa de ser uma simples informação para se tornar o nosso pensar e o nosso sentir. Nesse momento as barreiras são quebradas e o texto flui como um parto natural. Com dor. Mas fruto das nossas entranhas e como tal podemos educá-lo, moldá-lo de acordo com o destino que queremos dar a ele.Foco narrativo

 

                                                        Dalton Marçal da Cruz  Agosto /2011

 

 

 

DEDICATÓRIA

 

Este site é dedicado à minha primeira professora (Maria de Lourdes Oliveira), no Colégio Estadual Helena Guerra.  onde fiz o meu primário, Foi ela quem plantou em mim a sementinha do suspense. Fazendo com que eu cultivasse a curiosidade por ouvir histórias, seguir enredos e acompanhar as peripécias das personagens. Sem dúvida, foi ela que me iniciou na arte da leitura. Ao professor de "Religião" Ethevaldo (Colégio Municipal do Bairro Inconfidentes) - onde eu fiz o antigo colegial (5ª a 8ª séries) que, com um simples elogio despertou em mim o prazer pela leitura, música e poesia.

 

Ào professor Chico de "Português" do Cursinho "Pré-vestibular MASTER", que me abriu os olhos para a necessidade de sempre divisar o nosso trabalho dentro de um determinado contexto histórico/social - é dele o bordão que usava sempre quando entrava na sala de aula "português é contexto"!..."português é contexto"!... Que me inspirou a dar nome a meu primeiro livro "Contexto um pretexto para um texto".


E também à  todos os meus alunos, ex-alunos e qualquer pessoa de qualquer idade, sexo ou religião que tenham qualquer tipo de interesse em desenvolver um processo de discussão, valorização e socialização do ensino da língua Portuguesa e suas literaturas, em nossas escolas de ensino fundamental, médio, EJA e aos, milhares de interessados em se inscrever no ENEM.  Esperando que este meu esforço, que está apenas começando seja útil no desenvolvimento de suas potencialidades.

Gênese

Primeiro criou-se os céus e a terra,
a água , a luz e o firmamento.
A relva, as ervas, 
as sementes e os frutos...

O Sol, a Lua e as Estrelas.
Nasceu  o dia e a noite,
irmãos que nunca se encontraram.

Povoou-se os mares, os ares  e a terra 
de todos os seres viventes, 
segundo as suas espécies.

Fez- se o homem e a mulher.
A árvore da vida 
e a árvore do bem e do mal.
Nasceu o primeiro fruto
e o livre-arbítrio.

E por fim...  a poesia
que o homem chamou de sua, 
até vê-la na janela do outro lado da rua,
nas flores, pássaros 
ou em quase tudo que via.

 

APRESENTAÇÃO

O Português aterroriza a maior parte dos alunos na hora de fazer uma prova qualquer de seleção. A afirmativa mais comum é: “Estou fraco em português”. Não era para ser. Essa é uma das disciplinas que tem o maior número de aulas por semana. Quando me pedem ajuda eu respondo que basta ler bastante e desenvolver o hábito de escrever um pouco, todo dia. Dito isso, torcem o nariz e respondem que o problema é este: não leem e não escrevem nada.


Eu digo que a solução é  muito simples. O que é exigido há algum tempo nos concursos e vestibulares? Conhecimento geral e capacidade para se expressar por escrito a respeito desse conhecimento.


Vejamos:

As informações nos chegam (de graça - em tempo real) durante 24 h. enviadas pelas emissoras de televisão, rádio e pelos jornais. Nós  não escolhemos o que ouvir na rua, no trabalho ou em casa. Mas essas informações servirão para definirmos dentre elas a que vamos conhecer com mais detalhes. No caminho de casa para o trabalho, podemos ler (nas bancas) todas as manchetes importantes, sem pagar nada. À noite, pela televisão, podemos ver com mais detalhes. ( É bom ver a mesma informação em duas ou três emissoras diferentes para checar se têm diferenças de opinião). Não precisamos ser especialistas em nada. Para entendermos o que está acontecendo no nosso dia-a-dia é muito importante saber as últimas notícias da Política, Economia, Educação, Ciências, Esportes e Meio Ambiente.


E daí? O que vou fazer com tantas informações? Você já ouviu falar de uma tal de globalização?  Não?! Tudo bem!  Consiste num processo típico da segunda metade do séc. XX que conduz a uma crescente integração das economias e das sociedades dos vários países, especificamente no que toca à produção de mercadorias e serviços, aos mercados financeiros,  e à difusão de informações. Na prática, isso quer dizer o quê?... Se por um lado nós usufruímos de uma maior circulação de produtos e serviços e, consequentemente, uma diminuição dos preços, em função de uma maior concorrência, por outro lado ficamos à mercê de turbulências externas que afetarão o nosso país também em tempo real. Daí a importância de estarmos “antenados”, como dizem vocês.


Somos bombardeados insistentemente por inúmeras informações e nem sempre conseguimos retê-las e muito menos processá-las para serem usadas em nosso benefício e para o bem da comunidade.


Vou retomar a expressão usada pelos jovens que se veem, de repente, necessitados da tal  “REDAÇÃO”.  “Não leio e nem escrevo nada”. Ora! Para quem vai fazer um concurso qualquer daqui a um mês, nada se pode fazer (a não ser pedir ajuda divina). Mas para quem está iniciando o ensino Médio e deseja se preparar para o vestibular ou ENEM, ainda há tempo.


O que fazer com tantas informações? A  princípio uma seleção de temas que poderão intervir, no nosso cotidiano, como o aumento das commodities, produto primário, especialmente os de grande participação no comércio internacional, como café, algodão, minério de ferro, aço, petróleo, açúcar, soja, carne, etc.. Em seguida uma seleção de interesse pessoal: pode ser Política, Economia, Educação, Ciências, Esportes, Meio Ambiente, etc. Depois de ouvir duas ou mais versões e trocar idéias a respeito, vamos ao que interessa - redigir as nossas conclusões. Podemos expressar as nossas idéias trocando cartas com um amigo, escrevendo uma reportagem ou uma crônica para o jornal da escola e até mesmo registrar em um caderno, diariamente, uma crônica a respeito do assunto que mais chamou a nossa atenção.


A partir da página 56 (livro: Contexto - um pretexto para um texto) nós vamos encontrar algumas definições e exemplos de como trabalhar em um diário, uma reportagem, uma dissertação, um editorial  de um jornal e uma crônica. As dificuldades  serão muitas. Aconselho a releitura dos exemplos do livro, sempre que surgirem dúvidas. Procurem na biblioteca da escola textos de outros autores, uma boa gramática e um bom dicionário. (Indico a Novíssima Gramática Ilustrada, organizada pelo professor da Universidade de São Paulo, Luiz Antonio Sacconi, ela é a primeira obra lançada em total conformidade com a reforma ortográfica.)Também indico o Dicionário  do  mestre  Aurélio.

                            I PARTE - Literatura__________________________

                       “A arte que utiliza a palavra como matéria prima”

Pausa

 

Quando pouso os óculos sobre a mesa para uma pausa na leitura de coisas feitas, ou na feitura de minhas próprias coisas, surpreendo-me a indagar com que se parecem os óculos sobre a mesa.

 
Com algum inseto de grandes olhos e negras e longas pernas ou antenas? 


Com algum ciclista tombado?


Não, nada disso me contenta ainda. Com que se parecem mesmo?


E sinto que, enquanto eu não puder captar a sua implícita imagem-poema, a inquietação perdurará. 


E, enquanto o meu Sancho Pança, cheio de si e de senso comum, declara ao meu Dom Quixote que uns óculos escuros sobre a mesa, além de parecerem apenas uns óculos sobre a mesa, são, de fato, um par de óculos sobre a mesa, fico a pensar qual dos dois- Dom Quixote ou Sancho?- vive uma vida mais intensa e portanto mais verdadeira...


E paira no ar o eterno mistério dessa necessidade da recriação das coisas em imagens para terem mais vida, e da vida em poesia, para ser mais vivida.


Esse enigma, eu o passo a ti, pobre leitor.


E agora?

 

Por enquanto, ante a atual insolubilidade da coisa, só me resta citar o terrível dilema de Stechetti:
"Io sonno um poeta o sonno um imbecile?"


 Alternativa, aliás, extensiva ao leitor de poesia...


A verdade é que a minha atroz função não é resolver e sim propor enigmas, fazer o leitor pensar e não pensar por ele.


E daí?


_Mas o melhor - pondera-me, com a sua voz pausada, o meu Sancho Pança-, o melhor é repor depressa os óculos no nariz.
                                                                                                                                        Mário Quintana, A vaca e o hipogrifo

Mário Quintana (1906-1994)
Poeta sul-rio-grandense. Buscando sempre uma poesia simples e despojada, publica mais de uma dezena de livros, entre os quais destacam-se: A rua dos cata-ventos (1940),Espelho mágico (1948), o Aprendiz de feiticeiro (1950), Caderno H (1977) e Esconderijos de tempo (1980).

Dom Quixote e Sancho Pança – Personagens da novela Dom Quixote, de Miquel de Cervantes, escritor espanhol do século XVI. As duas personagens representam os dois lados da alma e do comportamento de todo ser humano: Dom Quixote é símbolo do idealismo, do sonho, da imaginação, do espírito de aventura..., Sancho Pança, do realismo, do espírito prático, dos interesses imediatos...
                   Stechetti – pseudônimo do escritor italiano Olindo Guerrini (1845-1916)


Io sonno um poeta o sonno um imbecile?¨ - Eu sou um poeta ou um imbecil?


                                                    Literatura e realidade__________________________________


A obra literária, utilizando a palavra, recria a realidade, a vida. Essa definição focaliza dois aspectos opostos, mas complementares, da arte liberaria: criação e representação. 


Por outro lado ela é invenção, o autor cria uma realidade imaginária, fictícia. Mas o universo da ficção mantém relações vivas com o mundo real. Nesse sentido, a literatura é imitação da realidade.


Frequentemente os autores utilizam fatos de sua vida como matéria de literatura. São as chamadas obras confessionais. Mesmo nesses casos, não devemos entender os textos como simples biografias. Os fatos pessoais são apenas parte da matéria literária, o ponto de partida. Entre o que o autor viveu ou sentiu e a obra existem todas as mediações da invenção, imaginação. Existe, sobretudo, o trabalho criativo com a palavra, que pode ser em prosa ou em verso.


Ficção – ato ou efeito de fingir, simulação, fingimento, coisa imaginária, fantasia, invenção


Prosa – discurso que reproduz a maneira natural de falar sem métrica, ao contrário do verso.

Verso – unidade rítmica e melódica do poema. Graficamente, é cada uma das linhas do poema. Costuma-se dizer que, enquanto o verso é o ordenador  rítmico do poema, o parágrafo é o ordenador lógico da prosa.


O verso, unidade rítmica e melódica do poema pode ser: 

       

•Metrificado: quando o poeta estabelece uma medida em número de sílabas,


•Livre: quando a medida é totalmente arbitrária. Os verso também podem ser:

 

•Regulares: quando o poeta determina um certo ritmo com sílabas tônicas e rimas a intervalos iguais;


•Brancos: quando não apresentam rimas.

                                                Os níveis da leitura_______________________


                                                         Balada de amor através das idades
                                                                                            Carlos Drummond de Andrade

Eu te gosto, você me gosta
desde tempos imemoriais.
Eu era grego, você troiana,
troiana mas não Helena.
Saí do cavalo de pau
para matar meu irmão.
Matei, brigamos, morremos.

Virei soldado romano,
perseguidor de cristãos.
Na porta da catacumba
encontrei-te novamente.
Mas quando vi você nua
caída na areia do circo
e o  leão que vinha vindo,
dei um pulo desesperado

Depois fui pirata mouro,
flagelo da Tripolândia.
Toquei fogo na fragata
onde você se escondia
da fúria do meu bergantim.
Mas quando ia te pegar
e te fazer minha escrava,
você fez o sinal-da-cruz
e rasgou o peito no punhal...
Me suicidei também.

Depois (tempos mais amenos)
fui cortesão de Versailles,
espirituoso e devasso.
Você cismou de ser freira...
Pulei muro de convento
mas complicações políticas
nos levaram à guilhotina.

Hoje sou moço moderno,
remo, pulo, danço, boxo,
tenho dinheiro no banco.
Você é uma loura notável,
boxa, dança, pula, rema.
Seu pai é que não faz gosto.
Mas depois de mil peripécias,
eu, herói da Paramount,
te abraço, beijo e casamos.

 

                                                                                                                                   Poesia e prosa. Rio de Janeiro,

                                                                                                                                                        Nova Aguiar, 1988

 

Há diferentes níveis de leitura de um texto literário. Esquematizando, diremos que são basicamente dois:


A leitura superficial, horizontal: que se limita à compreensão dos elementos mais imediatos e concretos do texto. Por meio dela o leitor apreende o significado literal ou aquilo que o texto diz. Por exemplo: o namorado foi pirata mouro da Tripolitânia, no século XVIII, e sua amada, sendo cristã, suicidou-se para que ele não a raptasse. Isso é o que o texto efetivamente diz. Sem o domínio desse primeiro nível de significação, o leitor não pode passar para um segundo nível.


A leitura em profundidade, ou leitura vertical: requer a interpretação dos elementos de significação literal. ou leitor busca aquilo que o texto quer dizer. Nesse nível o texto se revela plurissignificativo: o namorado, homem do século XX, identificando-se com as personagens dos filmes a que assiste, imagina ser o herói dessas aventuras. Podemos também, entender que o poema não fala de um caso particular de amor, mas do amor em geral, de todas as épocas, podemos ainda avançar nossa interpretação e inferir que a balada ironiza as relações amorosas de hoje, opondo à visão que temos do amor de outras épocas, heroico, cheio de aventuras e trágico, o amor prosaico dos tempos da igualdade entre os sexos.

          

Essas interpretações e outras mais que venhamos  a fazer ao poema de Drummond não se excluem. Todas elas preenchem as possibilidades significativas do texto.  

 
                                                               
O texto e o leitor____________________________


Na crônica de Mário Quintana, lemos a seguinte afirmação do autor:


"A verdade é que minha atroz função não é resolver e sim propor enigmas, fazer o leitor pensar e não pensar por ele".


Quintana não sugere que toda obra deva ser um complicado enigma e cada leitura, uma penosa decifração. Sua frase apenas caracteriza a obra literária como uma provocação. Isso nos faz pensar sobre o papel desempenhado pelo leitor em sua relação com o texto.


A obra literária constitui uma estrutura significante. Os seus significados só se concretizam no momento da leitura.


O leitor, por sua vez, não é um elemento passivo, nem apenas recebe ¨coisas¨. A ele compete tornar vivos os significados que existem potencialmente na obra.


A leitura, portanto, também consiste em um ato criativo.

                                         As expectativas do leitor______________________

 

No momento da leitura, o leitor criativo põe em movimento todas as suas capacidades intelectuais e afetivas: inteligência, cultura, informações, domínio da língua, experiência de vida e, sobretudo, sensibilidade. O conjunto de suas experiências culturais e o conhecimento das convenções literárias geram expectativas e previsões de toda ordem em relação ao texto.

 

O prazer da leitura pode advir tanto da confirmação dessas previsões quanto das surpresas provocadas pelos elementos imprevistos. O poema de Drummond, por exemplo, difere das histórias de amor convencionais, surpreendendo o leitor e contrariando suas expectativas: depois de cada final trágico, a história, absurdamente, sempre recomeça. Esse repetido ressurgimento das personagens através de diversas épocas históricas contraria não só a ordem natural das coisas como as experiências do leitor com narrativas. O estranhamento provocado por esse absurdo tem consequências: a declaração de amor da abertura - ¨Eu te gosto, você me gosta¨- deixa de ser apenas um chavão da linguagem amorosa para assumir um valor de verdade universal; a expressão ¨desde tempos imemoriais¨, além de revelar o exagero do namorado apaixonado, ganha concretude nas aventuras que se sucedem "através das idades". E, no final do poema, o leitor é levado a reorganizar todas as suas impressões: serão as aventuras amorosas fantasias do namorado moderno que, ironicamente, recorre a elas para dar um colorido mais interessante às facilitadas relações amorosas de nosso tempo?

                                             Leitura X Produção de texto_________________

Ao produzir seus textos, os alunos revelam o sistema de referência em que interpretam suas experiências. Pode-se conhecer muito do universo de valores de um aluno lendo suas produções. As experiências de vida, sua visão de mundo, devem ser discutidas na sala de aula, para buscar novas informações. Assim ocorrerá a troca de experiências, o que poderá enriquecer muito “o que se tem a dizer”.  

 
É necessário um trabalho sistemático com a leitura e produção de texto. São duas faces da mesma moeda. Enquanto a primeira resume, a segunda amplia. É tudo o que fazemos no nosso dia-a-dia: ao ouvir, ler ou presenciar uma cena qualquer, demonstramos o nosso entendimento sintetizando o fato em si. O contrário acontece quando temos algumas ideias e resolvemos registrá-las no papel em detalhes, partimos do sintético (ideia) para o amplo (texto).


Os dois, leitura e produção de textos, têm o mesmo peso e devem ser trabalhados como uma moeda valiosa. Sem o domínio dessas duas habilidades, o aluno terá sérias dificuldades  na sua vida acadêmica e profissional. São elas que propiciam uma releitura e uma reescrita de nossa realidade.

                           II PARTE - Produção de texto I

“Produção de textos é o ponto de partida de todo processo de ensino-aprendizagem da língua, pois, no texto, a língua se revela em sua totalidade.” 

                                                                                                                                                        (Geraldi, 1993)
    
É fundamental que  percebamos  que a reflexão sobre os fatos linguísticos pode nos auxiliar o escrever melhor e mais adequadamente. 
Não se pode pensar que a simples memorização da gramática normativa, seus conceito e 

regras são suficientes para  exercermos a função com um pouco mais de eficiência.

Critérios de seleção

Um texto apresenta-nos a realidade filtrada pelo autor.

                                                    Autor                     REALIDADE                    Texto

                                   

Ao ler um texto, nós temos a impressão, muitas vezes, de que aconteceram somente os fatos apresentados.

Na verdade, entre inúmeros fatos e aspectos que compõem uma realidade, o autor seleciona alguns.

REALIDADE            Seleção do autor             Texto

O que devemos lembrar é que um texto tem por objetivo transmitir ao leitor uma mensagem.

Em função dessa  mensagem básica, o autor seleciona:

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