
Curso de Português Online | Brasil |
Qualquer ideia que te agrade,
Por isso mesmo é tua.
O autor nada mais fez que vestir a verdade
Que dentro de ti se achava inteiramente nua...
"Mário Quintana"
Interpretação de Texto - II
1- Tema: é a intenção maior do autor, a mensagem principal, o seu sentimento mais profundo.
2- Assunto: é a linguagem utilizada pelo autor, revestida de ideias e recursos estilísticos que irão transferir para o leitor, no seu bojo, o tema. Os assuntos são as diversas circunstâncias apresentadas no desenvolvimento do tema.
3- Ação: chama-se ação ou circunstância o que está em redor, a condição particular que acompanha um fato, o acidente que o atenua ou agrava. A pessoa , o lugar, o tempo, a causa, o modo e os meios são fatores dentro da ação.
4- Personagem: é o ser capaz de veicular a proposta do autor. É o elemento responsável por incorporar a intenção do autor e é sobre ele que se centrará toda a narrativa.
5- Foco narrativo: toda narrativa tem por pressuposto básico o encadeamento de situação. Porém, ela deve ter uma intenção fundamental, ou seja, ela deve girar em cima de uma ideia fundamental, e a essa ideia chamamos de FOCO NARRATIVO.
6- Tempo: a gramática nos ensina que há três tempos fundamentais:
6.1- Presente: teoricamente não tem duração, porém pode ser concebido como um lapso de tempo mais ou menos
longo, se bem que indivisível.
6.2- Passado: o passado é indivisível, isto é, há um passado que pode ser anterior a outro igualmente passado, é
o que chamamos Pretérito-mais-que-perfeito, e há o passado comum que é introduzido nos Pretéritos Perfeitos e Im-
perfeitos.
6.3- Futuro: o futuro também é indivisível, sendo que pode ser visto à luz do passado, chamado Futuro do presente.
7- Espaço: é o lugar onde se desenvolve a ação expressa.
8- Causa: podemos expressar as circunstâncias de causa de vários modos. O precesso mais comum é o de nos servirmos de adjuntos ou orações adverbiais, além de estruturas de frases, que encerram relação causal. Mas há outros, como por exemplo, palavras que se agregam, sufixos denotativos de CAUSA ou de AGENTE(-dor, - sor, - tor, - nte, - eiro comprador, promissor, promotor, comerciante, ouvinte, conferente, vendeiro).
9- Discurso: é a representação textual das palavras do personagem, ou seja, é a representação na integra tal como ele as pronuncia. A este tipo de discurso, damos o nome de Discurso Direto. O discurso é chamado indireto, quando o autor dá às ideias do personagem uma representação. E indireto livre, que é o misto dos dois anteriores, ou seja, a fala do personagem é incluída diretamente na fala do autor sem qualquer introdução.
Observe como introduzir o discurso direto (registro da fala das personagens) em meio a uma narração, bem como transformá-la em discurso indireto.
a) A mulher, depois de ter comprado todos os legumes e frutas necessários, perguntou ao feirante onde ficava o ponto de ônibus para o centro. Ele respondeu que havia um ponto logo na esquina.
b) A mulher, depois de ter comprado todos os legumes e frutas necessários, perguntou:
-onde fica o ponto de ônibus para o centro?
- Há um ponto logo na esquina - respondeu o feirante.
No caso B, temos o discurso direto. Observe a presença do travessão (-) que introduz a fala da personagem e também para marcar a separação da fala da personagem da explicação do narrador.
OBSERVAÇÃO:
Verbos de locução são aqueles que visam introduzir a fala da personagem ou explicar que falou. Alguns: replicar, argumentar, comentar, falar, responder, perguntar e tantos outros.
Como transformar discurso direto em indireto e vice-versa?
Devemos observar:
1- As modificações nos tempos verbais
Ex.: - presente do indicativo em pretérito imperfeito do indicativo;
- pretérito perfeito do indicativo em pretérito mais que perfeito simples ou composto;
- Imperativo em pretérito do subjuntivo;
- futuro do presente do indicativo em futuro do pretérito do indicativo;
2- A utilização da pontuação adequada (o discurso direto tem pontuação característica - travessão, dois pontos e o
discurso indireto não tem).
3- Os pronomes e os advérbios (Venha cá, minha filha...pediu a sua filha que fosse lá).
Interpretar
- ler atentamente o texto, tendo noção do conjunto
- compreender as relações entre as partes do texto
- sublinhar os momentos mais significativos
- fazer anotações à margem
Questões: - podem incidir sobre o conjunto do texto (releitura integral)
- podem incidir sobre trechos, passagens do texto (releitura parcial)
Enunciados
- identificar: reconhecer, apontar elementos no texto (exemplificar);
- comentar: opinar sobre elemetos do texto;
- interpretar: reproduzir o conteúdo de trechos ou do conjunto do texto, subordinando-os;
- explicar: reconhecer os elementos de causa e consequência;
- analisar: Fazer afirmações argumentando; perceber a estrutura do texto, as partes de que se compõe:
parágrafos (prosa), estrofes (poesia); relacionar ideias básicas e tipos de raciocínio; verificar o tipo de linguagem
- comparar: estabelecer relações de semelhança e/ ou contraste entre dois ou mais textos;
- resumo: distinguir as ideias centrais do texto e sintetizá-lo;
- paráfrase: reescrever o texto, "traduzir" com palavras próprias;
Erros Clássicos
- extrapolação: ir além dos limites do texto; indevidamente acrescentar elementos desnecessários à compreensão do
texto;
- redução: abordar apenas uma parte, um aspecto do texto, quebrar o conjunto, isolar o texto do contexto;
- contradição: chegar a uma conclusão contrária à do texto perder passagens do desenvolvimento do texto, invertendo o seu sentido;
Analisar
- perceber a estrutura do texto, as partes de que se compõe: parágrafos (prosa), estofes (poesia);
- relacionar ideias básicas e tipos de raciocínio;
- verificar o tipo de linguagem.
Contexto Jornalístico
- Notícia predomínio da narração formal
- narrador (quem conta a história)
- personagem (quemvive a história)
- ação ( o que aconteceu)
- tempo (quando aconteceu)
- lugar (onde aconteceu)
- opinião: formas de persuasão
- ironia: dizer indiretamente
- comparação: ligar fatos não totalmente semelhantes
- eufemismo: suavizar o que se diz
- suposição: imaginar um fato(exemplo)
- hipérbole: exagero
Contexto Científico
- didático: tom pedagógico
- opinião: argumento
- relação entre as premissas: (causas)
- consequências: (conclusões)
- introdução: exposição do assunto
- ensaístico: tom jornalístico
- desenvolvimento: argumentação
- conclusão: síntese das ideias principais
Contexto de oralidade
- linguagem predominantemente formal - predomínio da descrição
- repetições
- uso dos sentidos: visão, tato,audição, olfato e paladar
- regionalismos, Gírias, Frases feitas, Expressões populares
- linguagem corporal
- predomínio da emção sobre a razão
- presença da imaginação
Linguagem denotativa
- unissignificativa
- científica, objetiva
- dicionarizada
- palavra usada em seu sentido próprio
Exemplo: Os raios do sol adentravam pela imensa vidraça
Linguagem conotativa
- linguagem plurissignificativa
- linguagem literária, subjetiva
- não dicionarizada
- palavra usada em sentido figurado
Exemplo: Seu olhar eram raios de sol a iluminar-me.
[EXERCÍCIO 106] A metáfora existente nos dois primeiros versos do poema estabelece:
-
a) a força moral de Portugal
-
b) a incoerência do sofrimento diante das conquistas
-
c) a importância do sofrimento para que o povo deixe de sofrer
-
d) a profunda união entre as conquistas e o sofrimento do povo
-
e) a inutilidade das conquistas portuguesas
[EXERCÍCIO 107] Além da metáfora, os dois primeiros versos contêm:
-
a) prosopopeia, epíteto de natureza, eufemismo
-
b) antítese, pleonasmo, eufemismo
-
c) apóstrofe, epíteto de natureza, metonímia
-
d) prosopopeia, pleonasmo, antítese
-
e) apóstrofe, hipérbole, sinestesia
[EXERCÍCIO 108] “Quantos filhos em vão rezaram!” Com este verso, entendemos que:
-
a) o sofrimento do povo foi inútil.
-
b) o povo português da época era muito religioso.
-
c) muita gente perdeu entes queridos por causa das conquistas portuguesas.
-
d) a força da fé contribuiu efetivamente para as conquistas do país.
-
e) a religiosidade do povo português era inútil.
[EXERCÍCIO 109] As palavras que melhor definem o povo português, de acordo com as
idéias contidas no texto, são:
-
a) fé e competência
-
b) inteligência e maturidade
-
c) orgulho e religiosidade
-
d) perseverança e ambição
-
e) grandeza e tenacidade
[EXERCÍCIO 200] Segundo o texto, para se ir sempre adiante é necessário:
-
a) crer no destino
-
b) aceitar a dor
-
c) viver com alegria
-
d) vencer o sofrimento
-
e) objetivar sempre o progresso
[EXERCÍCIO 201] Por um processo anafórico, a palavra nele (/. 12) tem como referente no
texto:
-
a) Mar (/. 1)
-
b) Deus (/.11)
-
c) perigo (/.11)
-
d) abismo (/.11)
-
e) céu (/.12)
Vale recordar que foi nesse século (o XVIII) que apareceram e se generalizaram em certas regiões do Brasil as famosas “tropas de muares” que, daí por diante, até o fim do século XIX e mesmo nos anos transcorridos do séc. XX, dividiram com os carros de bois as tarefas dos transportes por terra no interior do Brasil.
Nos caminhos rudimentares que então possuíamos, transformados em lamaçais na estação das chuvas e no verão reduzidos a ásperas trilhas, quase intransitáveis, foram os carros de bois e as tropas os únicos meios e ligação dos núcleos de povoamento entre si e entre eles e as roças e lavouras. De outra forma não se venceriam os obstáculos naturais. (B. J. de Souza, in Ciclo)
[EXERCÍCIO 202] Segundo o texto, os carros de bois:
-
a) transportavam sozinhos pessoas e mercadorias no interior do Brasil.
-
b) surgiram no século XVIII, juntamente com as tropas de muares.
-
c) sucederam as tropas de muares no transporte de pessoas e mercadorias.
-
d) só transportavam mercadorias.
-
e) eram úteis, como as tropas de muares, por causa do estado ruim dos terrenos.
[EXERCÍCIO 203] A estação das chuvas e o verão:
-
a) contribuíram para o desaparecimento dos carros de bois a partir do século XX.
-
b) não tiveram influência no uso das tropas de muares, pois os caminhos eram rudimentares.
-
c) foram fator determinante para o progresso do interior do Brasil.
-
d) contribuíram para a necessidade do uso de tropas de muares e de carros de bois.
-
e) impediam a comunicação dos núcleos de povoamento entre si.
[EXERCÍCIO 204] Os obstáculos naturais só foram vencidos:
-
a) por causa do clima
-
b) por causa da força do povo
-
c) porque nem sempre os caminhos se tornavam lamaçais
-
d) porque os núcleos de povoamento continuavam ligados às roças e às lavouras
-
e) por causa da utilização das tropas de muares e dos carros de bois.
[EXERCÍCIO 205] As tropas de muares só não podem ser entendidas como tropas:
-
a) de cavalos
-
b) de mulos
-
c) de burros
-
d) de mus
-
e) de bestas
[EXERCÍCIO 206] O transporte de que fala o texto só não deve ter sido, na época:
-
a) lento e penoso
-
b) difícil, mas necessário
-
c) duro e nostálgico
-
d) vagaroso e paciente
-
e) pachorrento, mas útil
O liberalismo é uma teoria política e econômica que exprime os anseios da burguesia. Surge em oposição ao absolutismo dos reis e à teoria econômica do mercantilismo, defendendo os direitos da iniciativa privada e restringindo o mais possível as atribuições do Estado. Locke foi o primeiro teórico liberal.
Presenciou na Inglaterra as lutas pela deposição dos Stuarts, tendo se refugiado na Holanda por questões políticas. De lá regressa quando, vitoriosa a Revolução de 1688, Guilherme de Orange é chamado para consolidar a nova monarquia parlamentar inglesa. (Maria Lúcia de Arruda Aranha, in História da Educação)
[EXERCÍCIO 207] Segundo o texto, Lo >a) participou da deposição dos Stuarts.
-
b) tinha respeito pelo absolutismo.
-
c) teve participação apenas teórica no liberalismo.
-
d) julgava ser necessário restringir as atribuições do Estado.
-
e) não sofreu qualquer tipo de perseguição política.
[EXERCÍCIO 208] Infere-se do texto que os burgueses seriam simpáticos:
-
a) ao absolutismo
-
b) ao liberalismo
-
c) às atribuições do Estado
-
d) à perseguição política de Locke
-
e) aos Stuarts
[EXERCÍCIO 209] A Revolução de 1688 foi vitoriosa porque:
-
a) derrubou o absolutismo.
-
b) implantou o liberalismo.
-
c) preservou os direitos de iniciativa privada.
-
d) baseou-se nas idéias liberais de Locke.
-
e) permitiu que Locke voltasse da Holanda.
[EXERCÍCIO 210] “…que exprime os anseios da burguesia.” [l. 1/2) Das alterações feitas na passagem acima, aquela que altera substancialmente seu sentido é:
-
a) a qual expressa os anseios da burguesia.
-
b) a qual exprime os desejos da burguesia.
-
c) que representa os anelos da burguesia.
-
d) que expressa os valores da burguesia.
-
e) que representa as ânsias da burguesia.
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